Dois atores excepcionais, Morgan Freeman e Jack Nicholson, estrelam esse filme que não chegou a arrancar-me lágrimas (embora tivesse ido preparado para isso), mas rendeu algumas horas de reflexão. Volta e meia essas questões existenciais ocupam nosso tempo, seja com uma música, um filme, um e-mail, uma frase escrita num livro ou dita por um amigo. Diante da certeza da morte os dois personagens resolvem aproveitar o que ainda resta da vida e descobrem que viveram nesses poucos meses mais do que durante todos seus anos passados.
Há um ponto a se considerar aí. O que permitiu a eles aproveitar intensamente o mundo no final de sua peregrinação terrana foi o dinheiro do velho. A viagem ao redor do mundo foi proporcionada por muita, mas muitas grana. Estar no Egito, no Taj Mahal, nas Muralhas da China e em todos os lugares por que eles passaram é realmente maravilhoso, mas para poucos. O discurso é ótimo, a idéia de que "devemos aproveitar nossa vida como se fosse o último dia" é válida, mas o filme explorou um "aproveitar" caro e inacessível para a maioria dos mortais. Todos sabem que embarcar numa viagem ao redor do globo renderia muitos aprendizados e lembranças, quem não quer isso? Mas está ao alcance de todos? Desafio mesmo é bolar uma forma de reescrever esse filme e passar as mesmas lições sem deixar os personagens saírem dos seus bairros.
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