terça-feira, 29 de abril de 2008

Os Reis da Rua

Achei que nunca ia acontecer, mas Keanu Reeves está envelhecendo. Certo, o personagem que ele faz nesse filme não é revolucionário como o Neo do Matrix. Tá, é um simples policial pacato e solitário que fica engajado em mudar a realidade ao seu redor depois que um "amigo" seu é morto. O caso é que toda essa aparente sem-graceza e sensação de que "já vi isso antes" não são suficientes pra deixar o filme descartável. A presença do ótimo Forest Whitaker e do novo velho Reeves conseguem prender nossa atenção. O roteiro é bom, os conflitos se resolvem com alguma surpresa e a fotografia é interessante. Certo, é um filme "esquecível", mas a cena em que Reeves encontra uma parede de dólares e discute com o seu capitão são ótimas e valem o preço do ingresso. São nessas horas que a gente entende por que um bom ator faz total diferença. Bons atores o diretor teve nas mãos para trabalhar, com certeza.
Ouvindo essa semana: Florescent Adolescent - Arctic Monkeys (http://br.youtube.com/watch?v=Xif2OeDYXEM)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Imagens do Além

Acompanhando a moda dos remakes de terror que o cinema americano tem feito nos últimos anos, o "Imagens do Além" traz para a tela alguns japoneses e faz justiça com os reais criadores dos últimos sucessos do gênero. Fico pensando: por que para nós ocidentais é tão difícil assistir o filme original? Por que tem que ser refeito? Será a barreira da língua, o tempo oriental ou a aparência dos povo amarelo? Será que tudo isso já não foi superado nos anos 80, quando fomos inundados com os seriados japoneses? Eu cresci vendo Jaspion, Jiraya, Jiban, era acostumado com os carros, com os prédios de Tókio, com as ruas e montanhas japonesas. Mas depois disso, nunca mais tive contato. Qual será o motivo desse jejum de produções originais da terra do sol nascente? Será que o Oriente não tem uma espécie de Freddie Mercury, um Morgan Freeman ou uma Fernanda Montenegro de olhos puxados para presentear o mundo? Será que um novo Kurosawa não está andando por lá e o mundo não sabe? Quem garante?

Bom. Deixa pra lá as divagações. O filme é legal e divertidíssimo para levar namoradas medrosas. Para olhos já acostumados com o estilo do "O Chamado" os sustos serão escassos, pois aquelas sacadas já estão ficando meio previsíveis. A mesma fotografia escura, a mesma musiquinha anunciando algum acontecimento iminente fazem o espectador adivinhar algumas cenas. A surpresa fica por conta da curiosa explicação racional para as aparições de espíritos em fotografias. Dia desses você vai se pegar pesquisando no google sobre o assunto, escreve aí.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ponto de Vista

Aproximadamente 30 minutos na vida de 8 personagens diferentes. 1 hora e pouco acompanhando o desenrolar de 30 minutos na vida de cada indivíduo. A idéia do filme "Ponto de Vista" é contar a história de um atentado sofrido pelo presidente dos EUA na Espanha. O telespectador acompanha o fato através do ponto de vista de cada um dos personagens principais. Tem de tudo: dois agentes secretos, dois bandidos, uma jornalista, um turista (interpretado pelo genial Forest "Último Rei da Escócia" Whitaker ) e uma menina mala que tem q ser salva pelo Forest o filme inteiro. A edição é um show à parte e o roteiro é brilhante, dado que a história, que é um rolo, vai se desenrolando sem nos enrolar. Quando isso acontece, o roteirista tem que ser ovacionado pois as coisas estão bem amarradas.

Não sei se o conteúdo será daqueles que permanecerão em nossa memória por décadas, mas a forma é indiscutivelmente bela.